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Investimento: como eu mudei a minha vida e a da minha família em um quarto de 5 metros quadrados.


A primeira lembrança que tenho da palavra investimento foi quando abri meu primeiro negócio em 2011. Na realidade, quando eu abri meu primeiro negócio “de verdade”.


10 anos antes, depois que encontrei, junto com meu irmão Igor, caixas de livros velhos em uma esquina no bairro em que morávamos, transformamos um puxadinho no fundo de nossa casa em uma biblioteca comunitária na qual as pessoas precisariam pagar o valor de 1 real para ter livre acesso. Claro que nossos pais não aprovaram a idéia e o negócio foi desfeito em poucas horas.


Voltando a 2011, assim que fiz 18 anos, por inspiração do meu pai biológico, que na época tinha casas noturnas, resolvi embarcar no ramo.


Escolhi uma das boates na cidade que estavam a ponto de falência e criei um plano de negócio. Escolhi todos os djs, a atração principal na noite de estreia, montei o menu de bebidas, perfil, selecionei todos os promoters e trabalhei para que todas as pessoas da cidade pudessem ter a oportunidade de conhecer aquele empreendimento espetacular a qual dei o nome de DUS DEUSES.




Resultado: um tremendo fracasso e alguns milhares de reais no lixo e outro milhares em dívidas. Mas eu não desisti e descartei que o motivo do insucesso pudesse ter sido falta de experiência no ramo. Eu tinha certeza de que o ponto era péssimo e esse era o único motivo para o fracasso.


Voltei para as minhas pesquisas, selecionei outra casa noturna que não era somente em um ponto espetacular, mas em uma das áreas mais sofisticadas da cidade. Mais uma vez, trabalhei duro e acreditei muito. Mas, frequentemente, o seu máximo não é suficiente, e mais uma vez a noite foi um fracasso e só ajudou para aumentar o meu acúmulo de dívidas.


No momento da minha segunda “falência”, eu parei por alguns segundos de acreditar que em mim existia um potencial empreendedor, e remando totalmente contra a minha correnteza, escolhi manter o foco na faculdade de Direito.


Alguns anos depois, em 2015, quando me mudei para os EUA, fui morar em um porão. Era um porão bem arrumadinho, com espaço suficiente para mim e minha amiga Lorena. Trabalhávamos durante o dia inteiro, então o espaço era usado somente para dormir. Como a maioria dos garotos da minha idade, eu sempre gostei de balada. E vivendo em NYC, qualquer noite de folga era motivo para sair e aproveitar. Em uma dessas noites, eu conheci o Guilherme. Um cabeleireiro brasileiro muito agitado. Ele era uma festa ambulante. Vivia na cidade de Orlando. Como era uma noite de inverno, emprestei meu casaco para ele. Segundo o próprio, esse foi o gesto que selou nossa amizade.

Depois de alguns dias, o Guilherme voltou para a Flórida e me fez prometer que eu o visitaria. Após poucos meses, ele me convidou para passar o dia de ação de graças com ele e seus amigos de Orlando.

Eu acredito que ele não saiba disso, mas esse convite mudou minha vida. No final de semana em que aceitei o convite para visitá-lo, eu não tinha dinheiro. Mas eu precisava sair de NYC e sentia que algo grande estava para acontecer. Precisava relaxar. Porém, além de mal ter o dinheiro para as passagens, em poucos dias eu precisaria pagar o aluguel. Então, depois de escutar várias coisas a respeito, eu fui pesquisar sobre o que era o short term rental.


O short-term rental se popularizou em alguns anos com a chegada do airbnb nas plataformas digitais. Porém, é uma atividade comercial de hospitalidade muito antiga, principalmente nas regiões praianas.

Naquele final de semana, não avisei à Lorena, pois eu não acreditava que alguém gostaria de se hospedar em um porão. Criei um perfil para pequeno espaço de 5 metros quadrados (que eu dividia).


Surpreendentemente, em menos de 24 horas, aluguei o meu colchão por 100$ a diária, pelo total de 12 dias. Na época, eu dividia o aluguei com a Lorena, e a minha parte era 400 dólares. Meu coração disparou, pois, além de pagar o aluguel em apenas 4 dias, eu tinha feito o suficiente para viajar, pagar minhas passagens e, vivendo de mc donalds, comer por 6 meses.


Quando eu voltei de viagem, levei um esporro da dona da casa. E com toda razão, pois eu deveria ter avisado a ela que teria um estranho dormindo lá. Entretanto, eu estava pronto para estudar esse modelo de negócios.


Entre vários trabalhos em diferentes restaurantes, limpezas e serviços gerais, em um tempo de aproximadamente um ano, juntei o dinheiro suficiente para alugar uma casa de 6 quartos para começar o que eu chamei na época de EMPIRE RESIDENCE HOSTEL.



É claro que o sucesso não veio imediatamente. E eu poderia escrever um livro com as milhares de histórias que tenho de hóspedes e dificuldades ao longo do meu caminho, e eu pretendo contar algumas delas aqui ao longo do tempo.


Mas, o que eu gostaria de mostrar nesse post de hoje é que não importa o seu meio. Não importa onde você cresceu e as oportunidades que você teve até agora. Você precisa acreditar no direcionamento a que seu coração e mente te impulsionam. Podemos criar e recriar milhares de ideias, e mesmo com o medo constante do erro, do julgamento e do desconhecido, escolher viver em pról das oportunidades, não somente aceitando a realidade mas respeitando o tempo para tudo. Ou seja, escolher ser feliz.



"Não importa o ninho. Se o ovo é de águia, águia será." Abraham Lincoln
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